quarta-feira, 3 de junho de 2009

A solidão


Por ela uma saudade aflora à mente,
Num sofrimento eterno, que apavora
E, lenta como a dor, terna, devora
O resto de alegria que inda sente.


Por ela um coração jaz, totalmente
Imerso na tristeza, que é senhora.
O corpo que padece, a alma que chora,
À espera de rever o amor ausente


Como sorrir, então, se estás sozinho?
Se é, nesta solidão a vida um breu?
Se tristes as manhãs, por mais bonitas?


Como abraçar a luz, sem ter carinho,
Prá repousar, feliz, no ombro que é teu,
Se longe estás do olhar que necessitas?

Bernardo Trancoso

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