terça-feira, 23 de novembro de 2010

Haja o que houver ,sempre estarei ao seu lado.....

Na Romênia , um homem dizia sempre a seu filho:
 - Haja o que houver, eu sempre estarei a seu lado.

 Houve, nesta época um terremoto de intensidade muito grande, que quase alisou as
 construções lá existentes nesta época. Estava nesta hora este homem em uma estrada.

 Ao ver o ocorrido, correu para casa e verificou que sua esposa estava bem, mas seu
 filho nesta hora estava na escola.
 Foi imediatamente para lá.

 E a encontrou totalmente destruída. Não restou, uma única parede de pé. Tomado de
 uma enorme tristeza. Ficou ali ouvindo, a voz feliz de seu filho e sua promessa
 (não cumprida), "Haja o que houver, eu estarei sempre a seu lado".

 Seu coração estava apertado e sua vista apenas enxergava a destruição. A voz de
 seu filho e sua promessa não cumprida, o dilaceravam.

 Mentalmente percorreu inúmeras vezes o trajeto que fazia diariamente segurando sua
 mãozinha. O portão (que não mais existia); corredor. Olhava as paredes, aquele rostinho
 confiante. Passava pela sala do 3º ano , virava o corredor e o olhava ao entrar.

 Até que resolveu fazer em cima dos escombros, o mesmo trajeto. Portão, corredor, virou
 a direita e parou em frente ao que deveria ser a porta da sala. Nada! Apenas uma pilha
 de material destruído. Nem ao menos um pedaço de alguma coisa que lembrasse a
 classe. Olhava tudo desolado.

 E continuava a ouvir sua promessa:
 "Haja o que houver, eu sempre estarei com você".

 E ele não estava... Começou a cavar com as mãos. Nisto chegaram outros pais, que
 embora bem intencionados, e também desolados, tentavam afastá-lo de lá dizendo:
 - Vá para casa. Não adianta, não sobrou ninguém.
 - Vá para casa.

 Ao que ele retrucava:
 - Você vai me ajudar?

 Mas ninguém o ajudava, pouco a pouco, todos se afastavam. Chegaram os policiais, que
 também tentaram retirá-lo dali, pois viam que não havia chance de ter sobrado ninguém
 com vida.
 Existiam outros locais com mais esperança. Mas este homem não esquecia sua promessa
 ao filho, a única coisa que dizia para as pessoas que tentavam retirá-lo de lá era:
 - Você vai me ajudar?

 Mas eles também o abandonavam. Chegaram os bombeiros, e foi a mesma coisa...
 - Saia daí, não está vendo que não pode ter sobrado ninguém vivo?

 Você ainda vai por em risco a vida de pessoas que queiram te ajudar pois continuam
 havendo explosões e incêndios.
 Ele retrucava :
 - Você vai me ajudar?
 - Você esta cego pela dor não enxerga mais nada.
 - Você vai me ajudar?

 Um a um todos se afastavam. Ele trabalhou quase sem descanso, apenas com pequenos
 intervalos mas não se afastava dali. 5h / 10h / 12h / 22h / 24h / 30h .
 Já exausto, dizia a si mesmo que precisava saber se seu filho estava vivo ou morto.
 Até que ao afastar uma enorme pedra, sempre chamando pelo filho ouviu:
 - Pai... estou aqui!

 Feliz fazia mais força para abrir um vão maior e perguntou:
 - Você esta bem?
 - Estou. Mas com sede, fome e muito medo.
 - Tem mais alguém com você?
 - Sim, da classe, 14 estão comigo estamos presos em um vão entre dois pilares.
 - Estamos todos bem.

 Apenas conseguia ouvir seus gritos de alegria.
 - Pai, eu falei a eles: Vocês podem ficar sossegados, pois meu pai irá nos achar.
 - Eles não acreditavam, mas eu dizia a toda hora...
 - Haja o que houver, meu pai, estará sempre a meu lado.
 - Vamos, abaixe-se e tente sair por este buraco .
 - Não! Deixe eles saírem primeiro...
 - Eu sei; que haja o que houver...
 - Você estará me esperando!

                          (autor desconhecido)

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Enquanto houver sol...



Quando não houver saída
Quando não houver mais solução
Ainda há de haver saída
Nenhuma idéia vale uma vida...
Quando não houver esperança
Quando não restar nem ilusão
Ainda há de haver esperança
Em cada um de nós
Algo de uma criança...
Enquanto houver sol...

Ainda haverá
Enquanto houver sol
Enquanto houver sol...
Quando não houver caminho
Mesmo sem amor, sem direção
A sós ninguém está sozinho
É caminhando
Que se faz o caminho...
Quando não houver desejo
Quando não restar nem mesmo dor
Ainda há de haver desejo
Em cada um de nós
Aonde Deus colocou...
Composição: Sérgio Britto

sábado, 20 de novembro de 2010

Dormia algures


DORMIA ALGURES

Dormia algures, disseram-me algumas vezes. E eu não me lembro de uma única vez em que esse detalhe tenha instigado minha curiosidade.

Eu o percebia algumas vezes aluado a me saudar aos gritos, com palavras que denotavam bom humor e amizade. Era como se desejasse compartilhar seus momentos, seus passos na estrada do existir, se deixando levar de roldão pelas escolhas que em seu lugar fazia-lhe a vida.

E nem mesmo essa impressão que dele eu tinha moveu-me a questionar os seus costumes. Ele existia, estava por ali algures. De um momento para outro eu podia vê-lo e responder às suas saudações, também com ares alegres, mas sem assumir compromissos.

Isso me bastava.

E aconteceu de me perguntar onde se alimentavam os cães de rua.

Onde mitigavam a sede? Onde se abrigavam da chuva?

Mas isso aconteceu em um momento em que meu coração se deixou levar por pena. Pena dos cães abandonados! Não era amor, era uma angústia apenas.

E então, assim sem mais nem menos, eu me dei conta da pobreza imensa de meus sentimentos para com aquele que aos gritos me saudava alegre. Eu percebi que podia me condoer com a má sorte dos cães, mas não me afetava o caminhar de um ser humano.

Um ser humano que visivelmente se alegrava pelo simples fato de me ver e de sentir minha existência.

 

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

SUTILMENTE...




E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
Quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
Quando eu estiver fogo
Suavemente se encaixe
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
E quando eu estiver triste
Simplesmente me abrace
E quando eu estiver louco
Subitamente se afaste
E quando eu estiver bobo
Sutilmente disfarce
Mas quando eu estiver morto
Suplico que não me mate, não
Dentro de ti, dentro de ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Dentro de tudo que cabe em ti
Mesmo que o mundo acabe, enfim
Skank

Para refletir


.....

Naquela noite, enquanto minha esposa servia o jantar, eu segurei sua mão e disse: "Tenho algo importante para te dizer". Ela se sentou e jantou sem dizer uma palavra. Pude ver sofrimento em seus olhos.

De repente, eu também fiquei sem palavras. No entanto, eu tinha que dizer a ela o que estava pensando. Eu queria o divórcio. E abordei o assunto calmamente.
Ela não parecia irritada pelas minhas palavras e simplesmente  perguntou em voz baixa: "Por quê?"  Eu evitei respondê-la, o que a deixou muito brava. Ela jogou os talheres longe e gritou "você não é homem!" Naquela noite, nós não conversamos mais. Pude ouví-la chorando. Eu sabia que ela queria um motivo para o fim do nosso casamento. Mas eu não tinha uma resposta satisfatória para esta pergunta. O meu coração não pertencia a ela mais e sim  a Jane. Eu simplesmente não a amava mais, sentia pena dela.

Me sentindo muito culpado, rascunhei um acordo de divórcio, deixando para ela a casa, nosso carro e 30% das ações da minha empresa.

Ela tomou o papel da minha mão e o rasgou violentamente. A mulher com quem vivi pelos últimos 10 anos se tornou uma estranha para mim. Eu fiquei com dó deste desperdício de tempo e energia mas eu não voltaria atrás do que disse, pois amava a Jane profundamente. Finalmente ela começou a chorar alto na minha frente, o que já era esperado. Eu me senti libertado enquanto ela chorava. A minha obsessão por divórcio nas últimas semanas finalmente se materializava e o fim estava mais perto agora.
No dia seguinte, eu cheguei em casa tarde e a encontrei sentada na mesa escrevendo. Eu não jantei, fui direto para a cama e dormi imediatamente, pois estava cansado depois de ter passado o dia com a Jane.

Quando acordei no meio da noite, ela ainda estava sentada à mesa, escrevendo. Eu a ignorei e voltei a dormir.
Na manhã seguinte, ela me apresentou suas condições: ela não queria nada meu, mas pedia um mês de prazo para conceder o divórcio. Ela pediu que durante os próximos 30 dias a gente tentasse viver juntos de forma mais natural possivel. As suas razões eram simples: o nosso filho faria seus examos no próximo mês e precisava de um ambiente propício para prepar-se bem, sem os problemas de ter que lidar com o rompimento de seus pais.
Isso me pareceu razoável, mas ela acrescentou algo mais. Ela me lembrou do momento em que eu a carreguei para dentro da nossa casa no dia em que nos casamos e me pediu que durante os próximos 30 dias eu a carregasse para fora da casa todas as manhãs. Eu então percebi que ela estava completamente louca mas aceitei sua proposta para não tornar meus próximos dias ainda mais intoleráveis.
Eu contei para a Jane sobre o pedido da minha esposa e ela riu muito e achou a idéia totalmente absurda. "Ela pensa que impondo condições assim vai mudar alguma coisa; melhor ela encarar a situação e aceitar o divórcio" ,disse  Jane em tom de gozação.

Minha esposa e eu não tínhamos nenhum contato físico havia muito tempo, então quando eu a carreguei para fora da casa no primeiro dia, foi totalmente estranho. Nosso filho nos aplaudiu dizendo "O papai está carregando a mamãe no colo!" Suas palavras me causaram constrangimento. Do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa, eu devo ter caminhado uns 10 metros carregando minha esposa no colo. Ela fechou os olhos e disse baixinho "Não conte para o nosso filho sobre o divórcio" Eu balancei a cabeça mesmo discordando e então a coloquei no chão assim que atravessamos a porta de entrada da casa. Ela foi pegar o ônibus para o trabalho e eu dirigi para o escritório.
No segundo dia, foi mais fácil para nós dois. Ela se apoiou no meu peito, eu senti o cheiro do perfume que ela usava. Eu então percebi que há muito tempo não prestava atenção a essa mulher. Ela certamente tinha envelhecido nestes últimos 10 anos, havia rugas no seu rosto, seu cabelo estava ficando fino e grisalho. O nosso casamento teve muito impacto nela. Por uns segundos, cheguei a pensar no que havia feito para ela estar neste estado.
No quarto dia, quando eu a levantei, senti uma certa intimidade maior com o corpo dela. Esta mulher havia dedicado 10 anos da vida dela a mim.
No quinto dia, a mesma coisa. Eu não disse nada a Jane, mas ficava a cada dia mais fácil carregá-la do nosso quarto à porta da casa. Talvez meus músculos estejam mais firmes com o exercício, pensei.
Certa manhã, ela estava tentando escolher um vestido. Ela experimentou uma série deles mas não conseguia achar um que servisse. Com um suspiro, ela disse "Todos os meus vestidos estão grandes para mim". Eu então percebi que ela realmente havia emagrecido bastante, daí a facilidade em carregá-la nos últimos dias.
A realidade caiu sobre mim com uma ponta de remorso... ela carrega tanta dor e tristeza em seu coração..... Instintivamente, eu estiquei o braço e toquei seus cabelos.
Nosso filho entrou no quarto neste momento e disse "Pai, está na hora de você carregar a mamãe". Para ele, ver seu pai carregando sua mão todas as manhãs tornou-se parte da rotina da casa. Minha esposa abraçou nosso filho e o segurou em seus braços por alguns longos segundos. Eu tive que sair de perto, temendo mudar de idéia agora que estava tão perto do meu objetivo. Em seguida, eu a carreguei em meus braços, do quarto para a sala, da sala para a porta de entrada da casa. Sua mão repousava em meu pescoço. Eu a segurei firme contra o meu corpo. Lembrei-me do dia do nosso casamento.
Mas o seu corpo tão magro me deixou triste. No último dia, quando eu a segurei em meus braços, por algum motivo não conseguia mover minhas pernas. Nosso filho já tinha ido para a escola e eu me vi pronunciando estas palavras: "Eu não percebi o quanto perdemos a nossa intimidade com o tempo".
Eu não consegui dirigir para o trabalho.... fui até o meu novo futuro endereço, saí do carro apressadamente, com medo de mudar de idéia...Subi as escadas e bati na porta do quarto. A Jane abriu a porta e eu disse a ela "Desculpe, Jane. Eu não quero mais me divorciar".
Ela olhou para mim sem acreditar e tocou na minha testa "Você está com febre?" Eu tirei sua mão da minha testa e repeti "Desculpe, Jane. Eu não vou me divorciar. Meu casamento ficou chato porque nós não soubemos valorizar os pequenos detalhes da nossa vida e não por falta de amor. Agora eu percebi que desde o dia em que carreguei minha esposa no dia do nosso casamento para nossa casa, eu devo segurá-la até que a morte nos separe.
A Jane então percebeu que era sério. Me deu um tapa no rosto, bateu a porta na minha cara e pude ouví-la chorando compulsivamente. Eu voltei para o carro e fui trabalhar.
Na loja de flores, no caminho de volta para casa, eu comprei um buquê de rosas para minha esposa. A atendente me perguntou o que eu gostaria de escrever no cartão. Eu sorri e escrevi:  "Eu te carregarei em meus braços todas as manhãs até que a morte nos separe".

Naquela noite, quando cheguei em casa, com um buquê de flores na mão e um grande sorriso no rosto, fui direto para o nosso quarto onde encontrei minha esposa deitada na cama - morta.
Minha esposa estava com câncer e vinha se tratando a vários meses, mas eu estava muito ocupado com a Jane para perceber que havia algo errado com ela. Ela sabia que morreria em breve e quis poupar nosso filho dos efeitos de um divórcio - e prolongou a nossa vida juntos proporcionando ao nosso filho a imagem de nós dois juntos toda manhã. Pelo menos aos olhos do meu filho, eu sou um marido carinhoso.
Os pequenos detalhes de nossa vida são o que realmente contam num relacionamento.

Autor desconhecido