terça-feira, 23 de junho de 2009



Coração apaixonado
Disse a meus olhos, o maldito olhar:
- Não cansas de olhar pelo iminente?
Que da ébria de amor em mais vivente
De chorar lágrimas co'um simples amar?
Os olhos responderam co'o maldito olhar:
- Não canso de olhar pela minha donzela!
Que vida vivendo vou amando a face dela
Até p'la raia e não um simples amar...
Disse as minhas mãos, o maldito tocar:
- Não cansas de tocar o sempre intocável?
Que a pele almejada jamais de tão inviável
Poderás no rijo caminho chegar a amar?
As mãos responderam c'um maldito tocar:
- Não canso de tocar a minha doce menina!
Mesmo que longe a pele bonita me ensina
A mais bela e gentil forma de amar...
Disse a minh'alma, maldita a vagar:
- Não cansas de vagar no querer errante?
Que por tristeza erra sempre no ante
Do fim da ânsia da querida a amar?
Minh'alma respondeu, maldita a vagar:
- Não canso de vagar pela minha querida!
Pois certeza de certo tenho em tida
A esperança do encontro para enfim a amar...
Disse a meu coração, bendito a pulsar
- Não cansas de pulsar apenas para a amada?
Que no palpitar enreda a vida a ti sonhada
Que faz ele sempre a bela amada amar?
Meu coração respondeu, bendito a pulsar
- Não canso de pulsar p'lo que sinto!
E depois que morrer na lápide tais escrito
"Para sempre vou te amar..."

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