sexta-feira, 12 de junho de 2009

Pais que ajudam em casa



O IBGE acaba de divulgar interessante pesquisa sobre as tarefas domésticas e a renda.
Como era de se esperar, houve aumento na participação masculina nos afazeres domésticos. Porém, com o aumento das mulheres no mercado de trabalho, não houve diminuição da participação feminina nas tarefas da casa.
As mulheres do nordeste são as que mais trabalham em casa, no grupo por região. Em compensação, os homens são os que menos ajudam. Esses dados apontam para uma realidade dura, onde as mulheres nordestinas tem menor inserção no mercado de trabalho, ou mesmo jornada dupla.
Outra coisa interessante. Os homens mais escolarizados são os que mais ajudam em casa, apesar de perceberem renda maior.
Para uma análise mais detalhada, posto aqui a análise do próprio IBGE.
Do IBGE
O IBGE mostra que a crescente participação das mulheres no mercado de trabalho não reduziu a jornada delas com os afazeres domésticos. Pelo contrário, na faixa etária de 25 a 49 anos de idade, onde a inserção das mulheres nas atividades remuneradas é maior e que coincide com a presença de filhos menores, o trabalho doméstico ocupa 94,0% das mulheres. No país, 109,2 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade declararam realizar tarefas domésticas; sendo que, deste conjunto, 71,5 milhões (65,4%) são mulheres e 37,7 milhões (34,6%) são homens. No total da população masculina, observa-se, no Nordeste, a menor participação dos homens nestas tarefas (46,7%,) enquanto que, no Sul, se evidencia a maior taxa (62%). E, ainda, na população masculina, quem mais realiza tarefas em casa são os mais escolarizados (54%), enquanto que para as mulheres ocorre o inverso. Segundo o estudo, também pode-se deduzir que a aposentadoria permite aos homens se dedicarem mais a estas atividades. São os homens de 60 anos ou mais de idade que dedicam maior parte do seu tempo nestes afazeres (13 horas semanais). Do lado feminino, o trabalho doméstico consome mais tempo na faixa dos 50 a 59 anos de idade, chegando a 31 horas semanais, cerca de 3 vezes mais que o tempo dedicado pelos homens de mesma idade. Estas e outras informações podem ser encontradas no novo estudo do IBGE, que tem como objetivo explorar a análise sobre atividades domésticas contida na Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios/PNAD de 2001 e de 2005, período em que passou a ser investigado o número de horas dedicadas a essa tarefa. Com esse material, também foi possível analisar as informações de jornada de trabalho e tempo de deslocamento, que permite, por exemplo, calcular um número aproximado de tempo disponível para lazer e estudo. Embora o IBGE não tenha realizado uma pesquisa específica sobre o uso do tempo, esta base de dados da PNAD proporciona uma visão parcial do assunto.
Na análise das famílias, os números mostram que a existência de um cônjuge masculino dentro de casa representa um aumento de cerca de duas horas semanais em afazeres domésticos para as mulheres que se declararam responsáveis pelo domicilio. Entre estas mulheres, a maior jornada observada em afazeres domésticos ocorre nas famílias formadas por casal com filhos menores de 14 anos (29,7 horas semanais) mas , neste mesmo tipo de arranjo, onde a mulher não tem cônjuge, o tempo médio despendido é de 27,6 horas.
Desde a infância, o trabalho doméstico está relacionado a uma atividade feminina e a construção desse comportamento pode ser observada na baixa participação dos meninos nesta atividade. Em 2005, cerca de 83% das meninas, de 10 a 17 anos de idade, realizaram tais afazeres, enquanto que entre os meninos nesta mesma faixa etária a proporção foi de 47,4%. O tempo despendido nessas atividades diferencia significativamente entre os sexos: meninos 8,2 e meninas, 14,3 horas semanais.
Entre as mulheres, 90,6% realizam tarefas domésticas
Segundo o estudo do IBGE, 109,2 milhões de pessoas de 10 anos ou mais de idade em todo Brasil desenvolvem algum tipo de afazeres domésticos. Deste total, 71,5 milhões são mulheres, ou 65,4%.
Entretanto, em relação ao total da população feminina, 90,6% das mulheres se ocupam das tarefas do lar. Esta proporção é de 51,1% para os homens. Na região Sul, 92,4% delas e 62,0% deles estão envolvidos nestas atividades, as maiores médias nacionais. Na comparação geral, o grupo etário de maior participação doméstica está concentrado entre 50 e 59 anos, com 76,3% do total de pessoas gastando, em média, 24,3 horas por semana. É seguido por pessoas que têm entre 25 e 49 anos (75,1%), com gasto de 21,5 horas. Entretanto, em termos absolutos, é esta população de 25 a 49 anos que mais realiza afazeres domésticos com 49,4 milhões de pessoas (32,4 milhões de mulheres).
Na análise masculina, são os homens de 60 ou mais anos de idade que dedicam maior parte do seu tempo a atividades domésticas (13 horas semanais). A aposentadoria permite aos homens mais dedicação a estas tarefas em casa. É no grupo feminino, com idade entre 50 e 59 anos, que se verifica a maior jornada, 31,0 horas semanais. A mulher de 60 anos ou mais, dispensa, em média, 28,7 horas para as mesmas tarefas.
As meninas, desde cedo, são orientadas para o trabalho doméstico, cerca de 83% delas realizam tais tarefas, enquanto que, entre os meninos, a proporção é de 47,4%. O tempo despendido diferencia-se significativamente: eles 8,2 e elas, 14,3 horas semanais. Observa-se, também, que a jornada de trabalho remunerado semanal média da população de 10 a 17 anos é de 27,8 horas semanais para os meninos e 26,1 para as meninas. São valores próximos, de onde se conclui que, desde cedo se observa uma nítida divisão sexual das tarefas domésticas nos lares.
Apenas 46,7% dos homens do Nordeste ajudam em casa
São os homens do Nordeste que têm a menor participação nas tarefas domésticas: 46,7% (10,3 horas por semana). Com isso, as mulheres nordestinas gastam a maior média de horas: 26,5. A região Sul apresenta a maior participação masculina da análise com 62% e gasto semanal de 9,2 horas.

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