REENCONTRO
(Texto de Avelino F Menck)
Gentilmente cedido para Venturas do Viver)
Subia apressadamente a rua em direção à Sabesp. O aclive em curva ainda é bem acentuado. À medida que andava, vinham-lhe à mente recordações do tempo de adolescência. A única piscina da cidade, a do Dr. Arruda tão bem cuidada pelo sr Romão, ficava perto de onde ele estava.
Com o sr. Romão, as lembranças de um incidente: brincando na piscina, a imagem vem-lhe bem clara,salvara a vida de uma menina, também, adolescente. Linda menina, mas o nome não lembrava, só que era "de fechar o comércio" como se dizia à época.
Tentou apagá-las pois não havia tempo para isso. Tinha uma obrigação, hora marcada, por isso a pressa. Contudo, a emoção provocada foi muito forte.
A garganta ressequida, muito calor, a dor repentina, o braço já um tanto dormente. Seu médico já o avisara: "O coração já não anda lá essas coisas! Cuidado!"
O trabalho. A hora. Atrasado.
Solteiro vivia só desde que perdera os pais. Não se cuidava. Não tinha o porquê! Mas a dor! Esta aumentava naquele momento. "Dói, coração!Calejado...mas humano" dizia para si. A falta de ar. O peito arrebentando. O antebraço latejando muito. Sentou-se na calçada. Já não enxergava mais nada. Parecia ouvir vozes muito ao longe. Seriam sirenes?
Acordou em lugar completamente estranho. Uma mulher de branco. Uma vaga lembrança. Seria Médica?
— "Não se recorda de mim, Padre"?
"Padre"...poucos o chamavam assim na juventude. Fora coroinha no tempo do Padre Celso, daí o cognome. Mas ela, ela sim, sempre o chamara pelo apelido.
"Heliena! menina que salvara na piscina. Sua eterna paixão. A neta do Sr. Romão!
Felizes, riram muito ,e, entre recordações e carinhos: abraços e muitos beijos.
O fim de um longo celibato.
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